sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Apenas 27% dos dirigentes do setor público ou privado fizeram curso universitário

SÃO PAULO - A maior parte das pessoas em postos de comando de setor público ou privado de 5.000 municípios brasileiros não completou um curso universitário. As informações são do jornal Folha de S.Paulo. A pesquisa feita pelo instituto Observatório Universitário mostra que somente 27% dos dirigentes, legisladores, diretores ou gerentes do setor público ou de empresas privadas têm formação de nível superior. Os pesquisadores separaram na classificação brasileira de ocupações utilizada pelo IBGE em seus censos apenas aqueles trabalhadores que se encontram no grupo de membros superiores do poder público, de gerentes ou de dirigentes de organizações de interesse público ou de empresas privadas. Entram nessa classificação profissões como diretores em empresas, legisladores em municípios ou dirigentes em qualquer área do setor público. "São essas as pessoas que, em todos os municípios, comandam o Brasil. Mas apenas uma pequena parcela delas, tanto no setor público quanto no setor privado, tem formação superior", afirma Edson Nunes, coordenador do observatório e presidente do Conselho Nacional de Educação. Para o presidente do Conselho Federal de Administração, Rui Otávio de Andrade, os dados mostram que a força de trabalho brasileira ainda está muito aquém, tanto em quantidade quanto em qualidade, para atender às demandas de crescimento da economia. "A falta de profissionais qualificados e habilitados em níveis gerenciais ou nos cargos mais elevados, tanto no setor público quanto no privado, tem causado enorme prejuízo socioeconômico ao país", diz ele. O vice-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior Particular, Antonio Carbonari Netto, diz que uma possível explicação para a falta de graduados em cargos de chefia é o fato de muitas empresas ainda serem familiares, com muitos pais passando a gestão para filhos sem preparo. Nunes e Carbonari citam também a rigidez dos currículos universitários como entrave ao aumento da força de trabalho com nível superior. "A falta de graduados nas organizações brasileiras é reflexo também dos currículos mal desenhados, extremamente academicistas e teóricos, e que mal preparam para a vida social e das organizações", concorda Carbonari. Portal Último Segundo, 18/09/2006

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